Frio encerra temporada do gelatto e de urussanguenses na Europa

Os urussanguenses Giuseppe, Flávia e Emerson com o criciumense Everton e a içarense Thayna

Iniciado em 22 de setembro, o outono europeu vem trazendo queda nas temperaturas e anunciando que o inverno deve chegar mais cedo esse ano, especialmente nas regiões do norte da Europa, com previsão de frio e neve em algumas áreas.

E quando as folhas começam a amarelar e cair das frondosas árvores que embelezam parques e avenidas, surge o sinal de mudança para muitos que deixaram no Brasil, as suas famílias e seus lares, para trabalhar em sorveterias na Alemanha.

É chegada a hora de retornar à cidade natal, de abraçar quem esteve distante por muitos meses e se reenergizar para o próximo ano.

Uma saga que exige coragem para enfrentar o desconhecido, se adaptar aos novos costumes, entender outros idiomas e fortalecer o espírito para, em muitos casos, vivenciar uma doída solidão e até mesmo discriminação.

Morar em um país diferente pode ser desafiador, mas também é uma porta para novos conhecimentos e experiências que podem alavancar o crescimento pessoal e profissional, tornando as pessoas mais preparadas para enfrentar os desafios na vida.

Em Urussanga, esse movimento iniciou na década de 1980, quando alguns jovens partiram para trabalhar em gelaterias de italianos na Alemanha.

De lá para cá, esse movimento emigratório só cresceu, ampliando também para outros países da Europa, a exemplo do Reino Unido e Portugal.

Atualmente, essa busca por oportunidades em solo europeu é tão grande que diminuiu a disponibilidade de mão de obra local para as indústrias e comércio, fazendo com que imigrantes de países vizinhos ou migrantes do nordeste brasileiro venham preencher o vazio dessa lacuna.

Essa semana, Panorama ouviu alguns urussanguenses que trabalham na Alemanha, e transcreve as opiniões colhidas.

Para os urussanguenses Giuseppe de Bona Sartor e o casal Flávia De Zan e Emerson Scrins (GAÚCHO), foram nove meses de lutas, saudades, choro e alegrias vivendo em Ahlen, na Alemanha. “Esta chegando a hora de irmos pra casa . Irmos para nossos familiares e amigos. Foi uma temporada de baixos e altos. Deixamos aqui o que não nos engrandece e levamos as coisas boas”, afirmaram os urussanguenses vistos na foto acima ao lado do criciumense Everton Matiola e da içarense Tayna Bitencourt.

Já Sandro Francisco e sua esposa, que há 16 anos vão para a Alemanha trabalhar em sorveteria, dizem que vão aproveitar as férias para rever familiares e amigos.

“Eu estou há 16 anos trabalhando nisso e com mais 9 eu me aposento na Alemanha. Vamos torcer para que dê tudo certo e a gente consiga fazer o que está planejando” afirmou Sandro.

Segundo ele, “ a temporada foi boa, mês de junho foi um pouco chuvoso, mais foi boa a temporada. Vou para o Brasil em janeiro e volto para o mesmo lugar na metade de fevereiro. Esse ano vou fazer 40 dias de férias”, afirmou Sandro, que pode ser visto com o mini cliente alemão que ele atende todos os dias na sorveteria em que trabalha.