SÉRGIO MAESTRELLI
- MARCIA MARQUES COSTA

- 21 de set. de 2023
- 6 min de leitura
ESPERTOS OS MANEZINHOS DA ILHA

Em Florianópolis, os manezinhos dando uma lição cultural. Mais vida para a história, mais vida para o Centro Histórico. As obras de revitalização não só estão mantendo os paralelepípedos antigos, mas também aumentando a área. Em frente à catedral, onde havia asfalto, o mesmo está sendo retirado e as pedras históricas estão retornando. A pedra reconquista ruas como a rua João Pinto, Tiradentes, Praça Fernando Machado. Esperto, muito esperto o prefeito Topázio Neto. Acesse o vídeo e tire suas conclusões.
Sempre é bom e salutar saber um pouco mais: https://www.instagram.com/reel/CwUzJz0g6ji/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng
Além do paralelepípedo, o Poder Público também arranca o meio fio de concreto-broa e recoloca o meio fio de granito. Aqui na Benedetta, pensa-se o inverso. Como já afirmamos, dormir ou dar um cochilo Urussanga pode, agora hibernar e passar muito dos limites. Insistem em cobrir a nossa identidade cultural com o manto preto. Lembrando que detonar as ruas calçadas com pedra é uma forma muito eficiente de conduzir a opinião pública para o imprescindível “queremos asfalto. “Pore noi trapatoi”. Não sei por que Urussanga teima, em alguns setores, em dar marcha à ré. Acho que é o efeito Marzano. Só pode ser.
SOBRE O PRONUNCIAMENTO DO VEREADOR
Nesta semana, no uso da tribuna, o vereador Jailton De Bona Sartor mirou o fuzil no granito e afirmou que iria pedir ao Prefeito e aos próximos para acabar com essa coisa horrorosa do paralelepípedo. Seus colegas de bancada silenciaram e o edil recebeu aparte contundente do vereador Luan Varnier. Agora, quem pede um aparte também é o “Attenti Ragazzi”. O granito faz coisa. O pronunciamento do vereador Jailton De Bona Sartor deve ter arrepiado o Conselho de Cultura e seus 30 e poucos membros. Foi uma postura totalmente fora do nosso contexto cultural. O granito, já registrou o Jornal Panorama em 1999, é a pedra fundamental de nosso turismo e de nossa cultura. Somos batizados na fé católica numa pia de pedra, nossa gruta é de pedra, a cruz de nosso calvário é de pedra. Nossas igrejas são de pedra. Nossa praça é composta por pedra e por verde, nossos vinhedos são sustentados por palanques de pedra. Nosso açúcar surgia de um engenho de pedra. Nossa polenta vem de uma atafona de pedra e tomamos nosso vinho em porões de pedra. Nossas ruas estão vestidas de pedra. O vereador teve o seu momento grandemente infeliz num sempre acalorado legislativo. É preciso pegar um avião e ir à Itália, França, Alemanha. Pequenas cidades europeias arrancam o asfalto e repõe o calçamento.
Pegar o carro da Câmara e ir a Florianópolis. Observar que diversas ruas centrais com o asfalto sendo arrancado e repondo-se calçamento e meio fio. E Urussanga nessa área pode até dar um cochilo, dormir no ponto, mas hibernar nesse tema é demais. O que também surpreendeu na noite legislativa foi o silêncio do vereador Zé Biz, ele que integra o Conselho de Cultura.
O vereador perdeu uma excelente oportunidade de abrir os microfones. Talvez, arrependido, o faça na próxima sessão. Oh, progresso! Quantos crimes cometem em teu nome! Combatemos ideais e não pessoas. O Movimento Cultural agradece o posicionamento contundente do vereador Luan em defesa da cultura e acreditamos que alguns membros da cultura irão procurar o vereador De Bona Sartor para clarear as ideias. Temos certeza que o mesmo mudará o seu posicionamento totalmente equivocado.
Respeitamos as ideias e o direito do edil de expô-las, mas reservamos o direito de não concordar em 100% com o seu pensamento. A cultura em Urussanga, se depender da maioria de nossos representantes públicos, vai “muito mali, Manueli” e isso vem de vários governos municipais, todos desprovidos do devido lastro cultural. Trata-se de uma lástima, seguida de uma lasca de pedra. Realmente a cultura em Urussanga está mais prensada que o torresmo na Atafona do Derdi. Então, Santa Clara,clareai.
COMO SE PRESERVA A CULTURA?
A cultura se preserva com cabeças pensantes e um exemplo nos foi remetido pelo amigo Dante Bonetti, urussanguense que esteve em Timbó, no Verde Vale do Itajaí, visitando seu filho que lá reside e aproveitou para visitar o Memorial Cine Municipal de Timbó. Por lá, fez história o Cine Mogk, que encerrou suas atividades em 1986. Rápido no gatilho, o então prefeito Ingo Germer adquiriu os equipamentos para a Casa da Cultura, montou um auditório e permitiu que os timboenses continuassem convivendo com a denominada 7ª arte. Surgia assim o Cine Municipal de Timbó. Naquela época, atuávamos como engenheiro agrônomo extensionista da Acaresc de Timbó e colaborávamos com Elisabeth Germer, grande defensora da cultura timboense.
O primeiro filme projetado foi “Os Miseráveis” de Victor Hugo. Você, Dante, esteve lá neste ano de 2023 e nós estávamos lá em 1986. Os verdadeiros miseráveis, Dante, não foram os miseráveis de Victor Hugo. Os verdadeiros miseráveis são todos aqueles que de um modo ou de outro esnobam e destroem a cultura.
Lá o Cine Mogk de Timbó foi para um belo espaço contando a sua história. Aqui, o nosso Cine Vera Cruz e os cinemas de Rio América e Santana foram para o lixo, para uma boca de mina abandonada. Urussanga maltrata de modo satânico a sua cultura, a sua história e o seu passado. Ainda bem que teve alguém que veio da Palhoça para salvar uma parte dela, não é mesmo Pe. Agenor?
Nunca devemos nos esquecer que um povo domina o outro não pelas armas e sim pela destruição de sua cultura. Um povo sem cultura é um povo cabresteado.
E, historicamente, os nossos dirigentes são desprovidos de lastro cultural e não se vislumbra mudanças num horizonte próximo. O amigo Dante Bonetti compara muitas coisas entre as duas cidades e começa a tirar conclusões interessantes.
Obrigado pela lembrança, Dantelino.

Em sua marcenaria no Bel Recanto, o carpinteiro Itamar Martins Marques produzindo inúmeros bancos para a Igreja Nossa Senhora Aparecida do Padre Miro. Segundo o Itamar, vivemos numa época em que é preciso menos bancos de bar e mais bancos para rezar. Então, “andiamo” a orar.

Jane Ceron, faça sol ou faça chuva, com seu amigo cão pelas ruas da cidade e numa indumentária para agradar vermelhos e azuis.
PÍLULAS
Conversando numa dessas manhãs com a amiga Salute Cancellier Damiani, uma das mulheres da Pastoral da Saúde, três pérolas ditas por ela: A 1ª é que para os visitantes, quando as ruas da cidade estão sujas, elas não falam do prefeito, falam do nome “Urussanga”. A 2ª é que “Quem quer, faz, não manda e nem pede”. E a 3ª é que com a modernidade, na realidade uma mulher num dia trabalha por dois. Alguém, por acaso, duvida dessas três afirmações?
Muitos analistas acreditam que os discursos do Presidente Lula, em suas intermináveis viagens pelos foros internacionais tecendo críticas à Europa e Estados Unidos, tem como eco o mesmo eco que teria no Brasil se o presidente da República do Burundi, país encravado no continente africano, lá onde nasce o Rio Nilo, teria ao formular críticas ao Brasil. Ou seja, eco nenhum. Por enquanto, somente queima de querosene de aviação. Baseado nesta realidade é que o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy registrou: “O Brasil é suficientemente poderoso para ser um aliado útil e suficientemente fraco para se transformar em dominador em nossa relação bilateral”.
Vamos entrar na primavera, e logo, logo, num verão prolongado. Então que o Deco faça o devido planejamento, reforçando a sua equipe para treinada, enfrentar o verão. O que não pode ocorrer é atuar com a denominada equipe de inverno. Segundo alguns, a Equipe do Deco no início já esteve mais dinâmica e atuante. Parece que perdeu um pouco do gás.
“Effathá” é a palavra aramaica dita por Cristo ao curar o surdo-mudo relatado no Evangelho de Marcos. Effathá quer dizer “Abre-te”. Muitos políticos precisariam dizer “Effathá” para a Cultura.
Alguém entra numa biblioteca e solicita algum livro sobre investimentos em educação e em cultura no Brasil. O bibliotecário calmamente responde: desculpe, mas não temos livros de ficção científica aqui. É mole ou é duro. É mole, mas vai endurecer.
Mário César Martins de Camargo, do Rotary Club de Santo André/SP, poderá ser eleito o novo presidente do Rotary Internacional para o ano de 2025/26, um clube de serviço presente em mais de 200 países. Ele será o 4º brasileiro a comandar esta organização internacional. Já assumiram o clube: Armando de Arruda Pereira (RC - São Paulo/SP - 1940-41), Ernesto Imbassahy de Melo (RC – Niterói/RJ - 1976-77) e Paulo Viriato Corrêa da Costa (RC de Santos/SP - 1990-91). Estados Unidos é o país com o maior número de ex-presidentes (64).
“Mais vale o bom nome do que o ouro e a prata”, afirmou na plateia da Câmara o assessor parlamentar Braz Cizeski. É isso aí Braz, e pode incluir também o bronze nessa história.
Esses dias li na Revista Super Interessante quais as profissões mais promissoras do futuro no planeta. Acho que pelo menos em termos de Brasil, a revista se esqueceu de uma. A de ser cabo eleitoral de político, independentemente de partido. Essa profissão, se é que se pode chamar de profissão, conduz o vivente a postos com vencimentos top na área pública. E com uma atenuante. Não há necessidade de nenhum conhecimento técnico onde atuará, pois bastará ao mesmo mandar. Enquanto persistir essa realidade, o Brasil não sai do atoleiro e nem da poeira.
E o vereador Fabiano Murialdo De Bona continuando com a sua filosofia legislativa: “Para um hipócrita, é a aparência que é importante”.
ATTENTI RAGAZZI
E no Pórtico idealizado pelo Mestre Bortolotto no trevo da Estação, na Rodovia SC-108, duas placas: Uma verdadeira e outra falsa. A falsa é aquela que diz “Início das Obras” e a verdadeira é aquela que diz “Fim das Obras”. Finalmente uma placa de obra pública falando a verdade para a população.








