SÉRGIO MAESTRELLI
- MARCIA MARQUES COSTA
- 12 de jun.
- 7 min de leitura
VINHO GOETHE, OURO PARA URUSSANGA

Este fato merece ser comemorado com vários espumantes Goethe e com muitas taças. O pedido de alteração de registo IG 201009 para Denominação de Origem, um grau maior na escala, foi deferido e concluído no dia 9 de junho e publicado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) nesta terça feira, dia 10 de junho. Temos orgulho imenso em ter integrado a equipe multidisciplinar desse processo desde a época da nossa Chefia da Estação Experimental da Epagri e do Renato Bez Fontana na Gerência Regional. O renascimento do vinho Goethe foi a tábua de salvação para Urussanga e Azambuja no setor de vinhos. A Indicação de Procedência (IP) foi concedida em 14 fevereiro de 2012, depois de uma década de lutas. O pedido de alteração do registro para Denominação de Origem (DO) foi feito em 04 de julho de 2023. Esse reconhecimento valoriza a ligação entre o produto, território e o saber local, reforçando a identidade única do Vinho Goethe. Comemoramos este feito singular com o vinho Goethe Barricado Aldo Baldin com a Luciana e o Renato. Este rótulo, mediante sugestão de Yves Goulart, foi idealizado pela Vinícola Damian - Casa Del Nonno, em homenagem ao tenor Aldo Baldin, o urussanguense que mais alto e mais longe levou o nome “Urussanga”. Aldo Baldin empresta seu nome ao anfiteatro do Parque Ado Cassetari Vieira, o Parque do Vinho e da Ritorno, palco maior das apresentações culturais da gente urussanguense. O tenor está imortalizado no documentário Aldo Baldin – Uma Vida pela Música do cineasta Yves Goulart que anda rodando o mundo e recebendo premiações. Foi uma semana de ouro para os Vales da Uva Goethe. Uma conquista da Associação ProGoethe e entidades parceiras que envolveu praticamente 25 anos de trabalho, determinação e persistência. Se não houvesse essa realização da ProGoethe, o vinho de Urussanga, a Capital do Bom Vinho, e arredores permaneceria no patamar do garrafão e do “litroto de vin colonial” nas pequenas cantinas dos agricultores e com os dias de mercado contados. O renascimento do vinho Goethe constituiu a tábua de salvação, a redenção do setor e de nosso símbolo cultural maior. Sem a IP e agora a DO, seguramente estaríamos em maus lençóis do ponto de vista econômico e cultural Vida eterna ao nosso vinho Goethe.
GUARDIÃO DAS ÁGUAS

Urussanga não para. Depois de uma semana mergulhada no espumante e no vinho, agora mergulha na água. Num evento muito bem planejado, executado e conectado com várias entidades. Assim foi o lançamento do Projeto Guardião das Águas na Câmara de Vereadores. Com a presença de cerca de 50 participantes, ocorreu o lançamento do Projeto “Eu sou Guardião das Águas” de Urussanga. Trata-se de um programa sem dono. Ele é meu, é teu. É nosso. Todo nós somos ou precisamos ser guardiões das águas. Preservar é um dever de todos. Um folder muito bem elaborado foi distribuído, cuja capa retrata uma gota d’água na mão. E convêm destacar que cada atitude conta e a natureza agradece com o envolvimento de inúmeras entidades e organizações sociais. Cleyton José Pereira, diretor de Meio Ambiente, afirmou que “eu acredito neste programa” e eu também. Presente ao evento, a prefeita Stela afirmando que só se dá importância à água, quando ela falta na torneira. Altair Lorival de Melo, o “Belha”, apelido herdado de seus tempos da CEUSA, sempre presente proporcionando energia aos bons projetos comunitários. No dia seguinte teve na praça a inauguração do totem do Samae. Quem inaugurou o mesmo com um gole de H20 foi o João Alberto Zamprônio, o Zampra da Rua do Sapo. E quem diria, hein! Urussanga em sua história só tinha o amigo da Rua do Sapo, Ademir De Brida, o Tóti. Agora com o Renato no Samae, além do Tóti, temos também o Totem lá na praça Anita para aplacar a sede. Renato Fontana tem visão de lince, sabe inovar e se seguir ao pé da letra a metodologia da ACARESC/EPAGRI. Sua passagem pelo SAMAE terá rastro e marcas. Também pudera. O sobrenome Fontana significa na língua italiana, pequena fonte. Com destreza e a bitola certa ele poderá transformar uma pequena fonte, numa grande fonte. Uma pequena bica, numa cachoeira. Num passado recente formamos uma dupla, ele na Gerência Regional e eu na chefia da Estação Experimental da Epagri de Urussanga. Não foram tempos bons.
Foram tempos excelentes.
FRASES DA XVIII FESTA RITORNO ALLE ORIGINI
Nas Olimpíadas Coloniais constatou- este fato. “Para que varrer os grãos de milho no anfiteatro? Já foram buscar as galinhas para a limpeza total”. Depois outra cena. “Tá quase, tá quase! Quase chegando? Não, tá quase desistindo. E desistiu.” De um participante anônimo bem humorado.
“Urussanga, terra natal, minha cidade, minha casa, meu lar, meu refúgio”. Capitão Henrique Carrer Arendt ao se despedir do comando da 2ª Companhia do 29º Batalhão de Polícia Militar.
“Eu não tinha condições de ir ao Parque ver a Ritorno, mas acompanhando a Marconi me senti como se lá no parque estivesse”. De um ouvinte para Joel Bernardo. Realmente a Marconi exagerou nas taças e na cobertura jornalística do evento.
“Não foi apenas a espiga que foi debulhada na Ritorno. A XVIII Festa Ritorno Alle Origini debulhou também o baixo astral, afundou a baixa-estima limpando a estrada e jogando ambos no acostamento.
Ela resgatou a autoestima da população urussanguense e implodiu o baixo astral que reinava, um ambiente nocivo. A presidente da FCC, Maria Tereza Debatin, está coberta de razão ao afirmar que a cultura promove muitas curas.” Sérgio Maestrelli
“E a Ritorno? Foi loucura ou foi Paúra? Foi loucura, Paúra.” Jaimar Meneghel
“O ser humano foi criado para ser festeiro.” – Pároco Giliard Gava
“Como definir a última Ritorno? Eu diria que foi uma festa gostosa e sem ressaca.” Vanessa Lopes.
“Parque recuperado, parque cheio e as pessoas centradas no resgate das tradições aproveitando o melhor da gastronomia e da cultura italiana.” Renato Bez Fontana.
“ Na Ritorno, a Itália aterrizou no parque” – Eliana Maria Maccari
“Além dos urussanguenses, a missão do turismo é encher o parque com visitantes”. Renata Martins Savi Mondo
PÍLULAS
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural – CONDRU esteve reunido na Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Rua do Sapo. Lá foi definido o dia 25 de julho para a realização da 1ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural de Urussanga, mais um instrumento de articulação em benefício da família Rural. O secretário Vartinho apresentou os trabalhos de sua secretaria envolvendo os primeiros cinco meses. Disse ele que trabalha com afinco das 5 à meia noite para sepultar o fato “da secretaria ser considerada o patinho feio da Administração”. Sua missão junto aos agricultores não é esticar a corda e sim juntar as pontas.
Ela seguiu o conselho e desconfiada começou a “seguir o marido”, literalmente. O conselho era apenas para seguir o marido no Instagram. Ela foi além e deu no que deu.
Abrindo a tampa do baú político das promessas pomposamente anunciadas e não executadas. Perguntar não ofende, apenas esclarece. Mas afinal, qual foi o destino das lajotas arrancadas da Rua Angélica Bettiol, pomposamente anunciada pela prefeitura na administração 2013-2016 que seriam utilizadas na pavimentação do pátio da Igreja Nossa Senhora de Fátima na comunidade de Linha Pacheco? Passados mais de dez anos, as mesmas continuam empilhadas ou enterradas, segundo informação do secretário da Agricultura Genivaldo Cardoso, o “Vartinho”. O serviço público é assim, começa muitas obras e raramente as conclui de modo satisfatório. Quando o povo se comportar menos como ovelha e mais como lobo a coisa muda. O político sempre se apoiou na memória fraca do povo. Ele sabe que pode fazer promessas e não se preocupar, porque o povo esquece as mesmas logo, logo.
E o vereador Zé Bis não se aguenta e a cada sessão legislativa arranja alguns segundos e pauta a energia elétrica, novamente. Disse ele que da 4ª fatura mais cara do Brasil, se tornou a 9ª mais barata. Como estamos em terras de italianos, tinha evidentemente que ser a nonna, não é Zé?
2025 - É o ano, por excelência, da produção da bergamota e seus sinônimos, da mexerica, da laranja crava, da laranja do mato, cientificamente denominada de “Citrus Reticulata”. A original, diria o amigo Tóni Fornasa. Há anos que não se observava produção tão grande. Um sabor que assim como a uva preta, a goiaba, pitanga, guabiroba, bacupari nos leva aos inesquecíveis tempos de ouro da infância.
E teve aquele que foi falar com a Amanda sobre a demanda.
“A terra vive sem nós, mas nós não vivemos sem ela. Quem despreza a natureza, está se auto depredando e acrescentando que um cristão triste é um triste cristão”. Pe. Valdemar, o padre Bergamasco, no programa “A Hora da Prece”.
A equipe local da Epagri, Henrique Viana e Silva a Léia Mariot, se desdobrou em quatro para dar conta das Olimpíadas Coloniais com o “cerimonial” do Paiolon. Visando atender a nova ordem com relação aos animais, a tradicional tarefa de “Caça ao Porcel” foi suprimida. Um exagero. Nunca vi maltrato nenhum nesta tarefa nas olimpíadas anteriores.
E por falar no Henrique, além de prestar assistência técnica aos agricultores, ele também leva informações preciosas para todo o espaço rural. Precisamos parabenizá-lo pela repaginação do Informativo Rural aos sábados. Reoxigenou de maneira leve e interessante o programa de décadas. Além da assistência técnica e informação, a Epagri junto com outras entidades levou alegria e descontração, evidenciando a rica cultura de nossos agricultores nas Olimpíadas. Tenho orgulho de ter pertencido a esta equipe da Epagri. Em nossa trajetória, não fizemos nenhum gol espetacular, mas também não fizemos nenhum gol contra. E isso conta.
E daquele atarefado ao extremo: “Meu tempo disponível é apenas da meia noite às seis da manhã.”
Nesses dias do “Ritorno”, uma constatação no trânsito. Alguns podem ser rotulados como sendo “estressadinhos da goiaba”. A maioria quer levar vantagem em tudo, bem no estilo brasileirinho.
Estivemos em Florianópolis no evento dos 150 anos da Imigração Italiana na ALESC com muitas homenagens para muitos municípios de colonização predominantemente italiana. Do nosso município, receberam o devido reconhecimento o Grupo Amici Della Polenta, o tenor Aldo Baldin e a Associação ProGoethe. Não ter a participação de Urussanga e membros da família Baldin na homenagem ao tenor soou como algo esquisito, estranho, esdrúxulo, um ponto fora da curva. Como diria aquele: “falhas acontecem até nas melhores famílias”, então, hoje foram eles e amanhã poderá ser eu.
Desculpas e/ou justificativas devem ser dispensadas. Por que? Porque para os amigos, elas não são necessárias e para os adversários, elas são inúteis, pois eles não aceitam.
ATENTI RAGAZZI
“Que vês tu, Amós?” Nesses nossos dias vemos tudo e mais um pouco. O mundo tá precisando de menos celular e zap e mais cabo de enxada.